12 de dezembro de 2011

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O momento é tão intenso que você se esquece dos detalhes... Ficam os sorrisos, o apoio, as palavras amigas. É como se você entrasse para outra dimensão. E ficasse alheio ao tempo, aos c o m p a s s o s. Assim, lento mesmo. Com espaços para respirar. Tudo passa sem sentir e quando você percebe, o fim está próximo. Apocalíptico, eu sei. É como uma pequena morte. O fechamento de um ciclo. Mas também é um renascimento. É saber que o futuro, aquele muitas vezes distante, está logo ali, te esperando. É a tensão que se sobrepõe ao alívio. E a certeza, que sagaz, briga para nos mostrar que sim, temos uma vida nova, cheia de possibilidades. Basta escolher um caminho. Sobretudo é a falta. A falta da rotina, das pessoas, das vozes, rostos, gostos e gestos. Embora sobre a presença do convívio, das trocas, das lembranças. É o fim do começo. E o começo do fim. É, acima de tudo, a materialização de um sentimento que se nomeia, mas não se define: a saudade. Aquela que insiste em se instalar no nosso peito, feito um vírus. ATROZ. Em letras garrafais para intensificar a dor que ela nos causa. Ilustrar a grandeza com que ela nos consome. Paradoxalmente, nos mata a conta-gotas, ao mesmo tempo, que nos alimenta e nos mantém vivo. Essa vida, que é uma constante simbiose.

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