30 de dezembro de 2010
"Eu só quero é acreditar"...
"É apenas isto: se você vai ser humano, tem um monte de coisas no pacote. Olhos, um coração, dias e vida. Mas são os momentos que iluminam tudo. O tempo que você não nota que está passando... é isso que faz o resto valer." - Morte, de Sandman
Feliz 2011!
24 de dezembro de 2010
Natal
7 de dezembro de 2010
1 de dezembro de 2010
Bloqueio
Sigo calada, preciso de menos sentimentos para que sejam transformados em palavras.
25 de novembro de 2010
24 de novembro de 2010
Das incertezas e das necessidades de um ano que está logo ali
Quero mais descanso. Dormir mais e ter tempo para assistir mais filmes. Ler minha coleção de livros e outros que estão em uma lista já muito empoeirada pelo tempo. Quero não ter um ataque fulminante por causa da monografia. Irei terminar o curso de jornalismo? Queria mais dinheiro, estou cansada de ser uma pobre universitária pobre. Conhecer mais a noite, o dia, as tardes de todas as estações (ui, romântica!). Mais casos, paixões e quem sabe um namorado. Será que o coração será mais feliz no futuro vindouro? Muita música. Shows em BH: terei companhia, grana e tempo para vê-los? Eu queria menos confusão, mais simplicidade, em mim, nas pessoas que convivem comigo, no mundo (temos que ter audácia e esperança, né?). Despreocupar com coisas mínimas. Pregar uma lista no meu espelho com todas as coisas ínfimas que me irritam e mentalizar: isso é tão idiota que não vou me importar mais. Sorrir, sorrir e sorrir. Chorar apenas de felicidade e na TPM (nesse período é liberado). Comer menos, malhar mais. Conseguirei me manter na academia e largar o chocolate? Pouco provável. Deixar de ser estagiária e encontrar um emprego na minha área que assine a carteira. Será assim, tão impossível? Manter o blog (manter o blog?). Abraçar muito: mãe, tios, irmão, avós, primos, amigos, oportunidades, sonhos e conquistas, sejam elas grandes ou pequenas. Cuidar da saúde e continuar tratamentos, como os dermatológicos. Terei coragem para extrair os meus dois sisos restantes? Usar a internet para coisas mais úteis. Vou aumentar as minhas horas em frente ao computador? (Pow, passo mais de oito horas em frente dessa joça!). Ser mais independente e decidida. (Ri alto com essa parte). Rir mais dos meus erros, de mim, continuar sendo irônica comigo mesma, mas ainda assim sorrindo (é de graça =D). Gritar menos, ouvir mais e, quando necessário, fingir que não ouvi e que não falaram comigo. Falar coisas boas, pensar coisas boas. Pensamentos impublicáveis aqui só quando bater o mindinho do pé na quina de um móvel (dói para caramba). Ter sonhos malucos (e praticar alguns deles, por que não?) e ter sonhos que nos fazem querer dormir por horas a fio, e quando acordar, querer voltar neles. Cantar alto, no trabalho, debaixo do chuveiro ou andando na rua. Inventar músicas. Esquecer: as brigas, as mágoas e as horas olhando o céu, seja com a presença do sol ou da lua. Perdoar é fácil? Relaxar e me divertir, pode ser tomando um sorvete a tarde sozinha ou visitando uma amiga. Reclamar menos, mesmo quando eu perder o ônibus a um quarteirão de distância do ponto (aí, ele só vai passar de novo meia hora depois e eu fico mofando). Até mesmo quando for injustiçada? Esperar a hora certa de expor o que eu penso e de calar. E as vozes dentro da minha mente ficaram em silêncio? Olhar mais perto, olhar para dentro, de mim e dos outros. Enxergar além dos olhos. Prestar atenção: nas pessoas, nas coisas, no ambiente ao redor. Fazer uma tatuagem. Estrela ou borboleta? No pé ou na nuca? Desacelerar e terminar tudo o que eu começar a fazer, mesmo que não fique um primor. A sensação de dever cumprido é o que valerá. Deixarei de ser tão exigente? Ajudar o próximo (isso inclui lavar a louça do almoço de domingo para a minha mãe). Ser mais pontual: no relógio e no que eu digo. Diminuir os parênteses e as interrogações. Aumentar as vírgulas e exclamações. Usar o ponto final de forma precisa e lembrar que, às vezes, as reticências dão conta de tudo. Parar de escrever blá, blá, blá por aqui. Vou conseguir? E o primordial: acordar todos os 365 dias de 2011, se não...
Sem mais para o momento, que venha o velho ano novo!
* Aviso esse post ainda não é sobre o ano novo. Ele merece algo mais poético e menos confessional.
17 de novembro de 2010
Amortecedor às avessas
O amor tece
O amor
Amortecer a morte?
Doar a dor?
Ceder ao amor?
A dor tece o amor
A dor tece
A dor
Adormece a dor no amor?
O amor doa a cor?
A morte cede?
.
.
.
3 de novembro de 2010
“Corra Forest, corra !”
"Quem vai me trazer à tona para respirar,chamar meu nome ou me escutar?" - parafraseando Hebert Viana
7 de outubro de 2010
Entre aspas
Charlie Brown (Charles Schulz)
5 de outubro de 2010
Tecidos pelo quase
27 de setembro de 2010
Down em mim
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down"
Cazuza. Sem mais.
21 de setembro de 2010
"Entesourar"
8 de setembro de 2010
25 de agosto de 2010
10 de agosto de 2010
Poesia barata
E o vento cata o tempo que insiste em passar
27 de julho de 2010
Basta
22 de julho de 2010
Só.
19 de julho de 2010
Meu dia Alice
"Quem é você?", perguntou a Lagarta.
Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: "Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.
"O que você quer dizer com isso?", perguntou a Lagarta severamente. "Explique-se!"
"Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora", respondeu Alice, "porque eu não sou eu mesma, vê?"
"Eu não vejo", retomou a Lagarta.
"Eu receio que não posso colocar isso mais claramente", Alice replicou bem polidamente, "porque eu mesma não consigo entender, para começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes em um dia é muito confuso."
"Não é", discordou a Lagarta.
"Bem, talvez você não ache isso ainda", Alice afirmou, "mas quando você transformar-se em uma crisálida - você irá algum dia, sabe - e então depois disso em uma borboleta, eu acredito que você irá sentir-se um pouco estranha, não irá?"
"Nem um pouco", disse a Lagarta.
"Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes", finalizou Alice, "tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.
"Você!", disse a Lagarta desdenhosamente. "Quem é você?"
O que as trouxe novamente para o início da conversação. Alice sentia-se um pouco irritada com a Lagarta fazendo tão pequenas observações e , empertigando-se, disse bem gravemente:"Eu acho que você deveria me dizer quem você é primeiro."
"Por quê?", perguntou a Lagarta.
Aqui estava outra questão enigmática, e, como Alice não conseguia pensar nenhuma boa razão, e a Lagarta parecia estar muito chateada, a menina despediu-se.
"Volte", a Lagarta chamou por ela. "Eu tenho algo importante para dizer!"
Isso soava promissor, certamente. Alice virou-se e voltou.
"Mantenha a calma", disse a Lagarta."
É estranho fazer aniversário. É estranho crescer. Hoje, no dia 19, entrei na casa dos vinte. E pensar em tudo em que eu vivi e no tanto que ainda tenho para viver, é estranho. Hoje posso dizer que estou Alice, afinal, não sei responder quem eu sou.
13 de julho de 2010
Volume.
4 de julho de 2010
Quatro de julho
Bárbara que é:
"Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica"
E, resumindo:
"Que a paz seja contigo
Eu vim somente dizer
Que eu te amo tanto"
P.S: As palavras de Vinícius -o grande poeta- singelamente, se tornam as minhas.
2 de julho de 2010
Inversamente proporcional
24 de junho de 2010
Agudo
10 de junho de 2010
9 de junho de 2010
Constatação 3
8 de junho de 2010
Mudanças
Habita em mim e sacode o meu corpo
Fecho os olhos e só consigo sentir
Pulsação constante do meu ser
Novos horizontes se desenham
Abro os olhos e o que via já não está mais lá
Mudou, assim, de repente
Provando a efemeridade da vida
A instantaneidade do agora
Respiro e o vento já é outro
Sigo em frente, preenchida de incertezas
Apenas certa de que uma leve modificação na atmosfera
Irá configurar uma novidade
Já existe um novo mundo em mim
Alicerce para enfrentar outras batalhas
A cada segundo, um eu diferente brota
E já não sou como era antes
Construções constantes de um ser chamado humano.
2 de junho de 2010
A arte de não saber fazer
Ela estava no 5º período de jornalismo. Aquele período conhecido como o “quinto dos infernos”: você não sabe se fez a escolha certa, fica com várias dúvidas quanto a profissão, se larga tudo e vai fazer um intercâmbio ou trabalhar. Ainda por cima, tem várias tarefas práticas acadêmicas que exigem tempo mental e concreto. Para alimentar mais a sua incerteza, a professora pede para ela escrever uma crônica.
Crônica? Um texto cheio de liberdade e lirismo, que instigue o leitor e mostra de forma irônica, engraçada, poética e sabe mais lá o quê, a realidade. Sinceramente, ela não estava com a cabeça para essas coisas. Não que não gostasse de crônica, mas era melhor leitora e apreciadora do que cronista. Bom, isso ao menos era uma certeza.
Sentou, então, em frente ao computador em uma sala da faculdade. Digitou o seu registro acadêmico e sua senha. Abriu o documento do Word e surgiu aquela imensa tela em branco. Vazia como a sua mente que, desesperada, não sabia sobre o que escrever. O cursor piscava, pedindo incessantemente para que ela digitasse uma palavra. Uma letra. E ela nada. A velocidade do cursor era mais rápida que a ordenação das suas idéias opacas e frias, como o clima que fazia naquela primeira manhã de junho.
Ouvia algumas idéias, olhava para os colegas de classe, compenetrados em frente a tela dos seus computadores, e só conseguia pensar: “Crônica é difícil, como vou tocar os outros com uma coisa simples e ao mesmo tempo complexa?” Para piorar a situação, a professora sentou ao seu lado para ler um jornal. Não qualquer jornal, mas o Caderno 2 da Folha de São Paulo, o bendito que traz sempre crônicas e textos com o viés literário tão almejado e elogiado pelos jornalistas. Situação nada opressora para a pobre coitada que tentava escrever, em vão, uma crônica digna de ser lida.
Rodava a cadeira, digitava palavras toscas e apagava. Parava, olhava para um ponto fixo no teto em busca de um tema, de uma nesga sobre um assunto um tantinho interessante, para que pudesse regurgitar aquelas malditas palavras que precisavam ser encadeadas em formato de uma crônica. Para piorar, a porta da sala onde estava abria e fechava toda hora, entrava gente e um frio que paralisava os músculos da mão e a fluidez do pensamento. Ela perdeu as contas de quantas vezes levantou para fechar a irritante porta. E foi assim, até o fim daquela aula fatídica. Sobrou a ela a frustração e a angústia de não conseguir traduzir um fato banal do cotidiano. Desolada, entregou esse texto, que quem sabe, poderá se disfarçar de crônica e passar despercebido pelo olhar crítico da professora que tanto o aguarda.
31 de maio de 2010
Um dia é dos namorados..fazer o quê?!
Sobre relacionamentos; homens!
Ela me disse algumas coisas e o que deu pra entender
é que eu sou uma completa idiota quando é esse o assunto.
A compreendi perfeitamente e prometi a ela e a mim mesma
que melhoraria neste quesito.
Não deixaria mais homem algum tomar conta da minha mente e
também não fantasiaria demais antes mesmo de qualquer coisa acontecer.
Por longas 3 horas acho que consegui me manter forte, me senti segura,
com esse novo objetivo em mente.
E então estava eu no shopping.
Resolvi entrar na loja de livros para dar uma olhada em algum
que pudesse talvez me ajudar..
Entrei.....
e as prateleiras estavam abarrotadas de cestas com corações,
livros com corações e "amor" espalhado por toda parte.
Saí correndo, sem olhar nada.
Apesar da angústia que me deu, sigo firme, eu acho.
29 de maio de 2010
28 de maio de 2010
...
13 de maio de 2010
Ideal
30 de abril de 2010
Silêncio
27 de abril de 2010
A dor da paixão
Respirando
A liberdade sob aquele brilho intenso ajudou espairecer.
Sentiu uma leve brisa e fechou a janela.
Fechou as cortinas, os olhos..
E então adormeceu...
26 de abril de 2010
Indagação
20 de abril de 2010
Transposição
No meio de entulhos de caixas, sacolas com roupas, pedaços de móveis espalhados eu procuro encontrar. As vestes para a semana, os textos da faculdade, o documento que não guardei, a ordem de uma vida que mudou de direção. Achar as coisas materiais está mais fácil do que me achar. E já tem mais de duas semanas que meu universo está fora do lugar. Não porque eu quero. É porque o mundo não pára para você organizar o seu novo lar, assim como não pára para minimizar sua dor ou ostentar a sua alegria. Estamos imersos e alheio à ele. Simultaneamente. O mais controvérsio em uma mudança é o reencontro. Tá certo que me encontrar atualmente anda complicado. Eu bato na porta e ninguém responde. Grito e escuto o eco da minha própria voz. Porém, perdida na loucura de uma mudança, me visitei.
Reencontrei o meu passado. E é engraçado perceber que certas coisas nunca mudam. Como a minha mania de fazer listas para tudo. Para tudo mesmo: livros que já li e quero ler, músicas que quero escutar, filmes que pretendo ver, tarefas que sou obrigada a executar, metas para o novo ano e todas essas baboseiras. Fora isso, o impecilho para eu me desfazer de coisas antigas é enorme: um furador de papel, uma máquina de escrever, uma câmera compacta, tudo de volta ao guarda-roupa. Tenho duas caixas de lembranças que acumulam desde guardanapos a apitos da copa do mundo de 2002. Foram momentos marcantes e ganhei de pessoas que jamais verei novamente. É uma tentativa de não esquecer e de aquecer a saudade. E, enquanto tirava esses objetos das colossais caixas de papelão, o sorriso voltou a brotar em meu rosto, que há tempos estava tenso e estampava preocupações. Fui me redescobrindo e, mesmo acomodada em minha rotina, vi o quanto mudei. Cresci. Não foi uma tarefa fácil, rápida e indolor. O mundo adulto não cria um buffet de recepções para você. Mas aprendi que mudar é descobirir novos caminhos e repaginar os velhos. Não que eu tenha me encontrado totalmente, nem acretido que isso possa ser possível algum dia, e me livrado dessa angústia constante que é (sobre)viver. Só não esquento a cabeça mais para ter tanta certeza, de mim e das coisas. Controlei o incontrolável que é tentar prever o existir. Aprendi a suportar as tormentas e admirar as calmarias. Travessia.
13 de abril de 2010
Passarela
31 de março de 2010
Explicação
Estou sumida daqui. Talvez seja por falta de inspiração, amor ou razão. Talvez possa ser a falta de vontade ou o tempo que insiste correr tanto de mim, que por mais que eu me esforce, não consigo alcançá-lo. O vazio e o desânimo são tão presentes, que antes motivadores para poesias, agora ficam em silêncio. O que me incomodava virava minha válvula de escape. Mas agora, já estou tão habituada que não consigo me desprender desses sentimentos negativos. Talvez a mudança tão necessária, mesmo que tardia, possa abrir caminhos. Não só os concretos, mas os espirituais também. A existência está difícil de suportar e, por mais que eu estampe um sorriso no rosto, ele vem sem emoção e inerte. Algo fixo para não transparecer o que passa na alma. Queria freqüentar mais aqui. Queria sentir o alívio dos justos, sorrir como os despreocupados ou amar como os felizes. Mas no momento não consigo. Simplesmente, não consigo. Estou ausente de mim.
16 de março de 2010
Bulhufas
5 de março de 2010
4 de março de 2010
O ato
Nem sempre escrevo o que eu quero.
Algumas vezes escrevo o que pedem.
Eu escrevo.
Nem sempre escrevo o que gostaria.
Algumas vezes é preciso ponderar as palavras.
Eu escrevo e descrevo.
Minh'alma, minhas dúvidas e aquilo que sufoca.
Aquilo que agrada, que instiga e também o que incomoda.
Eu escrevo a vida e descrevo você.
Eu escrevo e ninguém lê.
Conversa de vinte minutos
- É eu acho bacana a gente fazer assim, alguma coisa diferente.
- Eu também.
- Fugir desse engessamento.
- Isso. Talvez não falar só de cultura, aquelas coisas de sempre, mas colocar algo
mais literário...
- Eu acho a cara de vocês
- Mas aqui, peraí rapidinho. Deixa eu fazer uma pergunta para vocês. Qual o papel do filósofo?
...
- Ah, o filósofo pensa a sociedade...
- É, questiona os problemas, reflete sobre a humanidade.
- Ele faz aquilo que a gente deixou de fazer...
- É... pensar. Nos tornamos preguiçosos...
- É, preguiça pura.
- E essa chuva que não acaba? Queria tanto tomar um café!
- Tô é afim de respirar ar puro. Eu preciso disso.
- Mas aonde ?
- Vamos sentar ali embaixo, naquelas mesinhas.
Foram. Puxaram quatro cadeiras e sentaram.
Os três rapazes e ela.
E aí, o tempo passou a correr de outra forma.
Falaram, aos turbilhões:
xadrez, viagens, Rio de Janeiro, alemão, raizes.
Poemas, livros, Saramago.
Um desabafo, ilustrações, boemia, janelas.
Cigarro, fumaça e um "pito" do vigia.
Risadas, jornalismo e as entresafas que a vontade de escrever causa.
Inspirações de várias formas, contraste de estilos
que por serem tão gritantes, se completam.
Só que o tempo, resolveu voltar ao normal.
- Nossa! Vamos subir, já são quase 1o horas.
- Eu tô atrasado, tchau para vocês.
- Vou fazer outro caminho
- Vamos então.
Levantaram. Um partiu, outros desviou a rota e dois seguiram pelas escadas.
- Eu fiquei bobo um dia.
- Por que?
- Vi um cara que tava tão bêbado, que nao conseguia nem articular as palavras...
Risos.
- Sério. Deve ser alcoolatra.
- Cuidado para nao ficar assim.
Entraram na sala e o que aconteceu depois já nao interessa.
Uma conversa de vinte minutos apenas. Mais rica do que se pretendia.
Uma conversa jogada fora, mas nada de menos.
Dedicado aos meus companheiros de faculdade. Conversa do dia 03/03, uma quarta chuvosa e cinzenta, feita para relexões.
Dante, Dante, até quando?
Eu - Pessoa
2 de março de 2010
"Bicho"
Ele não estava acreditando até agora. A sensação era fantástica. Um misto de alívio e ansiedade dominavam o seu ser. Era certo de que não conseguiria dormir. Amanhã seria o grande dia. Medicina, na federal não era para qualquer um. E logo de primeira! Não via a hora de começar as aulas. Seus pais estavam orgulhosos, também, tinha dado o retorno dos R$ 500,00 investidos todo mês, por um ano, em um cursinho que ele fazia depois da escola. Não conseguia esconder o sorriso no rosto. É claro que a sua conquista acarretou mudanças profundas: iria sair da cidade e se separar da namorada, seu amor há três anos. Mas estava feliz. Valia a pena. Ia para uma das melhores faculdades do Brasil e nem ficava muito longe de casa. Poderia voltar todo o fim de semana se estivesse disposto a encarar 3 horas de viagem. Ah, amanhã que não chega. Vai conhecer gente diferente, começar uma nova etapa da vida, crescer... Apesar de ser novo, 18 anos, se importava com “essas coisas caretas”. Mesmo tendo uma vida confortável, aprendeu desde cedo que nada vem de mão beijada. Palavras do seu pai, tão fortes, que conseguia ver direitinho ele pronunciando sílaba por sílaba. E ficou divagando até dormir. Acordou com o céu ainda escuro e sem estrelas. Hoje, iria de carro e a viagem ficaria mais curta. As malas já estavam prontas e ficou combinado de seu pai deixá-lo na faculdade, para depois levar a sua bagagem na república, seu novo lar. Despediu com carinho da mãe que chorava de orgulho, alegria e angústia. Da namorada, tinha se despedido na noite anterior, com muitas juras de amor e promessas de telefonemas diários, conversas pelo MSN e afins. A estrada estava tranqüila, só ele que estava agitado. Mexia no banco sem parar. Nenhuma posição estava confortável. Olhava a paisagem que alterava as suas cores entre verde e cinza. Até que, finalmente, chegou. Despediu do pai que passou mais algumas recomendações, desde "divirta-se com responsabilidade" até "não esqueça quem você é". E também, o nada original, juízo. Desceu e ficou estático. Que lugar enorme. Tinha anotado o número do seu prédio e sala, mas não sabia nem por onde começar a procurar. E, bom, a aula começaria em meia hora. Andou muito, mas estava ficando perdido. Queria perguntar a alguém, mas seus colegas tinham avisado para tomar cuidado. Ouviram falar que quando um novato pede informações, eles indicam um lugar errado só para terem o prazer de verem eles mais perdidos. Só que, mais perdido do que estava não podia ficar e não queria chegar atrasado a sua primeira aula. Tomou coragem e perguntou a um jovem:
“Ei, sabe me dizer onde fica o prédio de Medicina?”
“Primeiro dia?.”
“É.”
“Todo mundo fica perdido, mas estou indo para lá. Estou no 4º período e mostro sua sala.”
Ele decidiu acompanhar. Não via problema, o pátio ainda estava movimentado e se percebesse qualquer mudança, sairia correndo.
Andaram até um prédio. Era o de Medicina. "Até que enfim !", ele pensou. Tinha encontrado o lugar e sem qualquer problema. Quando virou para agradecer o rapaz que te ajudou, já se viu caído no chão. Sentia uma dor intensa na cabeça. Passou a mão e olhou. Era sangue o que molhava a sua testa. Tentou se levantar, mas ganhou um chute no abdômen que o fez gritar. Quando abriu a boca para falar, um rapaz a segurou com brutalidade para que ficasse aberta. O cara despejou um líquido. Ele engoliu um pouco e cuspiu o resto. Era amargo e muito fedorento. Com um pouco de consciência que tinha, no meio daquela confusão, percebeu que não era bebida alcoólica. O cheio denunciava ser outra coisa. Recebeu outro chute, dessa vez nas pernas. E também um soco no peito. Rolava no chão, não conseguia respirar nem entender nada. Só via muitos rostos, braços e mãos. Tudo o agredia. Até que sentiu um baque no rosto e mergulhou no escuro. Antes de apagar por completo, ainda pode ouvir risadas e os outros caras gritando “bicho !”, “se ferrou !”.
(,,,)
A ambulância chegou no local. Já havia uma hora que uma funcionária da faculdade, que passou por ali, tinha visto um rapaz desacordado e ensaguentado estirado no chão. Correu e avisou a reitoria, que logo ligou para o 192 e foi para o pátio. Após identificarem o aluno agredido, ligaram para os seus pais. Socorrido, o “bicho”, foi levado para o hospital mais próximo. Estava inconsciente. Tinha sido facilmente abatido. Seu estado era grave: traumatismo craniano e coma induzido. Quando seus pais chegaram ao hospital, não acreditaram na notícia. Viram o filho inerte e dessa vez, as lágrimas da mãe eram de tristeza e desespero. Pediram explicações aos médicos, aos responsáveis pela faculdade e quando a resposta não era "quadro estável", era "vamos investigar quem fez essa bizarrice". No fim, a resposta era uma só: "não sabemos o futuro do seu filho". Foram horas de resistência, mas o animal ferido e coagido não conseguiu. Morreu. Acredito que mais de desgosto, do que de todas as feridas que tinha pelo corpo. Morreu com ele a esperança de uma vida melhor. Morreram os sonhos, viagens, namoros, trabalhos, novos amigos, seus filhos e netos. Morreu a justiça. Os verdadeiros bichos ainda estão soltos, caçando mais filhotes, na alta temporada que o verão traz. Na manhã seguinte, cinza e chuvosa, as lágrimas da mãe eram de raiva e impotência. Sua vida havia silenciado, como outras centenas de vidas no país.
Desabafo
Constatação 2
É, cansei de esperar você perceber. Talvez, não era para ser nós, mas sim, eu e você. Um de frente para o outro com o abismo no meio.
19 de fevereiro de 2010
"Vem andar e voa "
12 de fevereiro de 2010
43º dia
Você saberia muito mais sobre mim do que eu mesma. Saberia mais a história de várias pessoas que passaram por aqui. Que se perderam por aqui em dias de festa. As ruas estavam cheias. Pessoas sorriam e pulavam ao ritmo de uma música dançante. Contagiosa. Sorrisos eram fáceis de se ver. Estavam saltitantes nos rostos de todos: dos velhos, das crianças, dos jovens e dos adultos. Sem discriminação de cor ou sexo. Não importava se o céu estava colorido de um azul claro vistoso ou pintado de negro, cintilando estrelas. As ruas respiravam o calor humano. Beijos, abraços, carícias trocadas entre desconhecidos e mais que conhecidos. Tudo nas esquinas. De forma leviana. De forma intensa. Aliás, intensidade demais para poucos dias. Dias em que você revelava a sua outra face. Dias inclusive, que você vestia máscaras para se libertar. Fantasias se tornavam palpáveis e nunca esdrúxulas. Dias de entrega: de corpo, alma e moral. Sem preocupações. Aí, de repente, tudo vira cinzas. E a vida volta ao normal. A rotina impera viciosamente. E passam mais 322 dias até ele chegar de novo. Libertador.
Ah! O carnaval e suas esquinas...
9 de fevereiro de 2010
Desejos
Inconstância
Não dessa vez
8 de fevereiro de 2010
Mormaço
5 de fevereiro de 2010
A fragância da paixão
31 de janeiro de 2010
Verão
Ela estava de olhos fechados. Sentia apenas a brisa leve brincar com os seus cabelos. O cheiro do fim da tarde era tão doce, principalmente, porque a chuva tinha resolvido agraciar a terra. Abriu os olhos e sorriu. Da sacada do hotel via um céu em dégradé laranja de tirar o fôlego. Mas ,o que tinha feito aquela garota respirar irregularmente durante aquelas semanas, não era o sol se despedindo do dia. Nem os perfumes do verão ou os ventos frescos. O motivo desse olhar sonhador e sorriso bobo no rosto era humano. Foi então, que sentiu uma mão cobrir a sua. Assustou-se. Não havia notado que estava sendo observada. Logo ficou calma. Ao seu lado estava o motivo de tanto pensar e de tantos suspiros. Trocaram olhares e ela continuou a admirar o entardecer. Não precisaram dizer palavra alguma. O silêncio explicava tudo. O coração batia em um descompasso muito agradável. Uma nova paixão estava iniciando. Felicidade!
25 de janeiro de 2010
Saudação Celeste
Olhar
22 de janeiro de 2010
Nostalgia
Facinho de ler
E que lembre as tardes de domingo na casa da vó.
Quero um poema assim,
Cheio de lembranças
Das brincadeiras com os primos nas férias de verão.
Quero um poema assim,
Com aquele cheirinho
De bolo recém saído do forno pela manhã
Quero um poema assim,
Bem singelo
como o abraço e o sorriso sempre abertos de mãe
Quero um poema assim,
Desse jeitinho, bem simplesinho
Que expresse a nostalgia dos meus dias infantis.
13 de janeiro de 2010
Palavras
Às vezes minhas palavras saem como borboletas.
Leves, suaves, coloridas.
Alegram, confortam, arrancam sorrisos.
Outras vezes, minhas palavras saem como uma revoada de pássaros.
Afoitas, gritadas, obscuras.
Ferem, magoam, se misturam com as lágrimas.
Nem sempre as uso na hora certa.
Mas, fico feliz quando elas saem.
Assim, fica mais fácil suportar a minha existência.
Constatação.
Mais doloroso que sentir saudade de quem está longe, é sentir saudade de quem está perto.