30 de abril de 2010
Silêncio
27 de abril de 2010
A dor da paixão
Respirando
A liberdade sob aquele brilho intenso ajudou espairecer.
Sentiu uma leve brisa e fechou a janela.
Fechou as cortinas, os olhos..
E então adormeceu...
26 de abril de 2010
Indagação
20 de abril de 2010
Transposição
No meio de entulhos de caixas, sacolas com roupas, pedaços de móveis espalhados eu procuro encontrar. As vestes para a semana, os textos da faculdade, o documento que não guardei, a ordem de uma vida que mudou de direção. Achar as coisas materiais está mais fácil do que me achar. E já tem mais de duas semanas que meu universo está fora do lugar. Não porque eu quero. É porque o mundo não pára para você organizar o seu novo lar, assim como não pára para minimizar sua dor ou ostentar a sua alegria. Estamos imersos e alheio à ele. Simultaneamente. O mais controvérsio em uma mudança é o reencontro. Tá certo que me encontrar atualmente anda complicado. Eu bato na porta e ninguém responde. Grito e escuto o eco da minha própria voz. Porém, perdida na loucura de uma mudança, me visitei.
Reencontrei o meu passado. E é engraçado perceber que certas coisas nunca mudam. Como a minha mania de fazer listas para tudo. Para tudo mesmo: livros que já li e quero ler, músicas que quero escutar, filmes que pretendo ver, tarefas que sou obrigada a executar, metas para o novo ano e todas essas baboseiras. Fora isso, o impecilho para eu me desfazer de coisas antigas é enorme: um furador de papel, uma máquina de escrever, uma câmera compacta, tudo de volta ao guarda-roupa. Tenho duas caixas de lembranças que acumulam desde guardanapos a apitos da copa do mundo de 2002. Foram momentos marcantes e ganhei de pessoas que jamais verei novamente. É uma tentativa de não esquecer e de aquecer a saudade. E, enquanto tirava esses objetos das colossais caixas de papelão, o sorriso voltou a brotar em meu rosto, que há tempos estava tenso e estampava preocupações. Fui me redescobrindo e, mesmo acomodada em minha rotina, vi o quanto mudei. Cresci. Não foi uma tarefa fácil, rápida e indolor. O mundo adulto não cria um buffet de recepções para você. Mas aprendi que mudar é descobirir novos caminhos e repaginar os velhos. Não que eu tenha me encontrado totalmente, nem acretido que isso possa ser possível algum dia, e me livrado dessa angústia constante que é (sobre)viver. Só não esquento a cabeça mais para ter tanta certeza, de mim e das coisas. Controlei o incontrolável que é tentar prever o existir. Aprendi a suportar as tormentas e admirar as calmarias. Travessia.