12 de fevereiro de 2010

43º dia

Ah, se essas esquinas falassem...
Você saberia muito mais sobre mim do que eu mesma. Saberia mais a história de várias pessoas que passaram por aqui. Que se perderam por aqui em dias de festa. As ruas estavam cheias. Pessoas sorriam e pulavam ao ritmo de uma música dançante. Contagiosa. Sorrisos eram fáceis de se ver. Estavam saltitantes nos rostos de todos: dos velhos, das crianças, dos jovens e dos adultos. Sem discriminação de cor ou sexo. Não importava se o céu estava colorido de um azul claro vistoso ou pintado de negro, cintilando estrelas. As ruas respiravam o calor humano. Beijos, abraços, carícias trocadas entre desconhecidos e mais que conhecidos. Tudo nas esquinas. De forma leviana. De forma intensa. Aliás, intensidade demais para poucos dias. Dias em que você revelava a sua outra face. Dias inclusive, que você vestia máscaras para se libertar. Fantasias se tornavam palpáveis e nunca esdrúxulas. Dias de entrega: de corpo, alma e moral. Sem preocupações. Aí, de repente, tudo vira cinzas. E a vida volta ao normal. A rotina impera viciosamente. E passam mais 322 dias até ele chegar de novo. Libertador.
Ah! O carnaval e suas esquinas...

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