13 de maio de 2010

Ideal

Preciso é de um amor para me tirar dessa mesmice. Não um amor que me arrebata e me faça cometer loucuras. Mas um que possa me compreender. Que faça surpresas, de vez em quando. Que chegue sem avisar e de mansinho leve embora o meu tédio. Que seja o feixe de luz no céu cinza de um dia ruim. Que seja simples. Sem muito ciúme. De sorriso fácil. Que goste de música e de cantar baixinho no meu ouvido. Que leia poesias e saiba recitar os versos mais bonitos quando eu me sentir triste. Que tenha braços suficientes para nunca cansar de me envolver. Um amor sem muito estardalhaço. Discreto. Charmoso, como uma xícara de café saboreada em um dia de chuva num lugar aconchegante. De beijo suave e convidativo. Que seja sincero. Que, ao mesmo tempo que me divida com o mundo, tenha uma parte da sua vida reservada só para mim. E, que nesse espaço possamos fazer tudo e nada, mas ainda assim, nos sentirmos plenos. Que me faça esquecer de me ser. Sem exigências. Contraditório e, por isso mesmo, humano. Preciso com urgência.

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