30 de abril de 2010

Silêncio

Não sabe se foi a carência, a bebida ou a curiosidade. Estava sentada em um bar. Ele chegou mais tarde. Sentou próximo a ela. Conversaram. Riram. Juntos foram embora. Chegaram ao apartamento dela. Ela se deixou beijar. Respirações ofegantes. Sem palavras. Se entregaram aos desejos e as carícias. Os corpos quentes deitados no chão do corredor. Nus. Se entreolharam. Ele se levantou e foi em busca das peças de roupas largadas pelo trajeto que fizeram até ali. Vestiu-se. Deitada e estanque, ela olhava todos os seus movimentos. Ele virou as costas e partiu. Sem dizer o nome. Sem deixar o telefone. A porta bateu de leve. Ela permaneceu deitada. Sentindo a frieza do chão. Observando. Lembrando. Tentando compreeender o motivo. Divagando sem saber se foi a carência, a bebida ou a curiosidade.

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