13 de abril de 2010

Passarela

E ela queria saber a sensação de voar...
Parou ali e olhou para baixo.
Fechou os olhos.
Só ouvia o ir e vir dos carros,
Velozes, mortíferos.
Atrás dela, bem longe, ouvia o coro entoando:
"Não faça isso!", "Ajudem!".
Mas ela já não estava mais ali.
Queria se entregar ao abismo profundo, ao sono eterno.
Pensou.
Um passo de cada vez:
Primeiro o direito, depois o esquerdo.
E, assim, alçou vôo...
Para o inimaginável, para o inevitável fim.
Sentiu o vento e mergulhou no nada.

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